causas da Revolução Francesa

As Causas da Revolução Francesa: Os Fatores que Levaram à Queda da Monarquia

A Revolução Francesa (1789-1799) marcou a queda da monarquia e a ascensão de novas ideias políticas baseadas na liberdade e na igualdade. Movida pelo descontentamento popular e pela influência do Iluminismo, a revolução contou com a participação de diversos agentes, incluindo o povo, a burguesia e líderes revolucionários que se levantaram contra o absolutismo do rei Luís XVI.

O movimento foi influenciado pela crise econômica e política da França, agravada pelos altos impostos, o endividamento do Estado e a fome que assolava a população. 

O sistema que privilegiava a nobreza e o clero, somado à repressão contra os pobres, alimentou a revolta e deu início a uma série de acontecimentos que culminaram na derrubada do Antigo Regime.

Neste artigo, vamos explorar o contexto em que se deu e as causas da Revolução Francesa, vamos destacar as suas causas, como: os aspectos sociais, a economia francesa, a crise política e a influência do Iluminismo. Portanto, continue lendo e compartilhe este artigo!

Contexto Histórico da França antes da Revolução

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Louis XIV of France and his family attributed to Nicolas de Largillière

Na França do século XVIII, regia uma monarquia absolutista, ou seja, o rei detinha um poder praticamente ilimitado e sem responsabilidade política. 

Esse modelo ganhou força ao longo dos séculos e teve sua expressão máxima no reinado de Luís XIV (1643-1715), conhecido como o “Rei Sol”. 

O famoso  lema do rei “O Estado sou eu” (L’État, c’est moi), refletia na ausência de separação entre os poderes que compunham o governo.

A monarquia absoluta francesa teve suas raízes no fim do feudalismo e na progressiva centralização do poder. Desde o século XVI, reis como Francisco I e Henrique IV fortaleceram a nobreza, diminuindo o poder feudal e controlando o exército e a arrecadação de impostos. 

No entanto, foi sob Luís XIII e seu ministro, o cardeal Richelieu, que o absolutismo se consolidou como sistema político.

Implementando políticas que enfraqueceram os senhores feudais e reforçaram a autoridade do rei sobre toda a administração. 

Sua política anti-hugonote culminou no cerco de La Rochelle (1627-1628), demonstrando a determinação da monarquia em eliminar qualquer resistência interna.

Luís XIV aperfeiçoou esse modelo, criando um governo centralizado baseado no mercantilismo, na burocracia estatal e na subordinação da nobreza. 

Estrutura Social Francesa

A sociedade francesa era estruturada em três estados distintos: 

  • Primeiro Estado (Clero) 
  • Segundo Estado (Nobreza) 
  • Terceiro Estado (Burguesia, camponeses e trabalhadores urbanos)

Esse modelo era uma herança do feudalismo medieval, em que a estrutura social e econômica era baseada em direitos adquiridos e obrigações recíprocas entre as classes. 

Baseada na ideia da sociedade tripartite medieval “os que oram, os que combatem e os que trabalham”, essa organização era sustentada pelo absolutismo monárquico, que buscava preservar os privilégios da nobreza e do clero.

O Primeiro Estado: O Clero

O clero representava cerca de 0,5% da população e tinha grande influência política, econômica e social. Dividia-se em:

  • Alto Clero: Composto por bispos, arcebispos e cardeais, geralmente oriundos da nobreza.
  • Baixo Clero: Padres e monges que desempenhavam funções religiosas nas paróquias e mosteiros.

O clero detinha isenção fiscal e arrecadava o dízimo, um imposto pago pela população, o que tornava a igreja uma das instituições mais ricas da França. Além disso, o clero controlava a educação e censurava obras consideradas contrárias à fé católica.

O Segundo Estado: A Nobreza

A nobreza representava cerca de 1,5% da população e era a classe dominante. Dividia-se em duas categorias principais:

  • Nobreza de Espada: Descendentes da aristocracia guerreira medieval, ocupavam cargos militares e administrativos.
  • Nobreza de Toga: Burgueses que haviam adquirido títulos de nobreza ao longo dos séculos, geralmente por meio da compra de cargos públicos.

Os nobres desfrutavam de inúmeros privilégios, incluindo:

  • Isenção de impostos diretos, como a taille.
  • Direito exclusivo de ocupar altos cargos no exército, na administração e na corte.
  • Monopólio sobre certos tributos feudais cobrados dos camponeses.

A nobreza resistia às tentativas de reforma fiscal, o que gerava descontentamento entre as classes populares e a burguesia.

O Terceiro Estado: A Maioria da População

O Terceiro Estado compreendia cerca de 98% da população e englobava grupos sociais extremamente distintos:

  • Burguesia: Composta por comerciantes, banqueiros, profissionais liberais e pequenos empresários. 
  • Camponeses: Os camponeses eram a maior parte da população e viviam sob forte exploração, sendo obrigados a pagar impostos ao rei, aos senhores feudais e o dízimo à Igreja.
  • Trabalhadores urbanos: Incluíam artesãos, operários e pequenos lojistas. 

Apesar dos camponeses serem a base produtiva da nação, o Terceiro Estado era o único grupo social obrigado a pagar tributos pesados e não possuía representatividade política efetiva.

As Causas econômicas que Levaram a Revolução

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Élisabeth Louise Vigée Le Brun: Marie Antoinette and Her Children

A Revolução Francesa foi impulsionada por uma combinação de fatores políticos, sociais e econômicos. Dentre esses, as causas da Revolução Francesa, a economia desempenha um papel importante para aprofundar a insatisfação da população e minar a legitimidade da monarquia. 

A piora do sistema financeiro do Estado, a desigualdade no sistema tributário, a crise agrícola e a desindustrialização criaram um ambiente insustentável, que gerou o sentimento revolucionário de 1789.

Colapso Financeiro do Estado

A França enfrentava um grave déficit orçamentário devido a décadas de má administração financeira. Entre os principais fatores do colapso financeiro, destacam-se:

  • Gastos militares excessivos: As guerras do século XVIII, como a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e o apoio à Guerra de Independência dos Estados Unidos (1775-1783), consumiram muito dos recursos e não geraram retorno econômico.
  • Juros exorbitantes da dívida: Como resultado dos empréstimos constantes, quase 50% do orçamento francês em 1788 era destinado ao pagamento de juros da dívida pública, impedindo investimentos na infraestrutura e serviços essenciais.
  • Gastos da monarquia e da corte de Versalhes: A corte mantinha um alto nível de luxo e ostentação. A rainha Maria Antonieta, conhecida por seus gastos extravagantes, tornou-se o símbolo do desperdício da nobreza.
  • Incapacidade de reformar o sistema fiscal: As reformas financeiras propostas por ministros como Turgot, Necker, Calonne e Brienne foram ignoradas pela nobreza e o Parlamento, que se recusava a aceitar um imposto universal.

O fracasso dessas tentativas obrigou o rei Luís XVI a convocar os Estados Gerais em 1789, evento que precipitou o início da revolução e foi uma das causas da Revolução Francesa.

A Desigualdade Tributária

A estrutura tributária do Antigo Regime francês era extremamente injusta e agravou o descontentamento da população francesa:

  • Nobreza e clero eram isentos de impostos diretos: O Primeiro Estado (clero) e o Segundo Estado (nobreza) possuíam isenções fiscais e arrecadavam tributos do povo.
  • Peso dos impostos sobre o Terceiro Estado: A burguesia e os camponeses eram obrigados a pagar quase todos os tributos, incluindo: o imposto sobre a terra(taille), o imposto sobre o sal (gabelle), que encarecia o mineral que era essencial para a população, e os dízimos e corveia.

Além da carga tributária abusiva, a arrecadação era realizada por coletores privados (fermiers généraux), que frequentemente cometiam abusos e enriqueciam às custas do povo. Essa injustiça fiscal contribuiu para a radicalização do Terceiro Estado.

Crise Agrícola e Aumento do Preço dos Alimentos 

A crise financeira coincidiu com uma grave crise agrícola entre 1787 e 1789, causada por:

  • Condições climáticas extremas: Invernos rigorosos e verões secos reduziram drasticamente a produção agrícola, levando à escassez de alimentos.
  • Aumento do preço do pão: O pão era o alimento básico da população francesa, teve o seu preço triplicado entre 1787 e 1789, tornando-se inacessível para a maioria da população.
  • Fome e revoltas populares: A carestia levou a protestos e saques de armazéns, especialmente nas cidades, onde a escassez era mais severa.

A insatisfação popular com a fome e os altos impostos criou um clima favorável à revolução, com motins em Paris e outras cidades.

A Queda da Indústria e Desemprego Urbano

A França também enfrentava uma crise industrial, que gerou desemprego e aumentou o descontentamento social:

  • Concorrência britânica: Com a Revolução Industrial, a Grã-Bretanha começou a produzir mercadorias mais baratas e em maior quantidade, afetando a indústria francesa.
  • Sistemas de guildas e monopólios: A economia francesa ainda era altamente regulada por corporações de ofícios e monopólios, que impediam a modernização e dificultavam a criação de novos negócios.
  • Desemprego urbano: A crise econômica levou ao fechamento de fábricas e oficinas, resultando em altos índices de desemprego em cidades como Paris.

Esse contexto gerou insatisfação entre os trabalhadores urbanos (sans-culottes), que se tornaram uma das forças revolucionárias mais radicais.

As Causas Sociais da Revolução Francesa

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Prise de la Bastille by Jean Pierre Louis Laurent Houel

A Revolução Francesa foi impulsionada não apenas por fatores econômicos e políticos, mas também por profundas desigualdades sociais. A sociedade francesa do século XVIII, como já mencionado,  era rigidamente dividida em três estados, com classes possuindo privilégios exclusivos.

Essa desigualdade, aliada ao crescimento da burguesia e à insatisfação das massas populares, gerou um ambiente propício para a eclosão da revolução em 1789.

Crescimento da Burguesia e o Conflito com a Nobreza

A burguesia foi uma das classes sociais mais importantes para a eclosão da Revolução Francesa. Embora rica e influente na economia, era excluída do poder político, que permanecia monopolizado pela nobreza.

  • Ascensão econômica: No século XVIII, a burguesia prosperou com o comércio, as manufaturas e a expansão colonial, acumulando riqueza e influência.
  • Restrições políticas e econômicas: Mesmo sendo economicamente poderosa, a burguesia não podia ocupar altos cargos no governo ou no exército, e era prejudicada pelas rígidas regulamentações feudais que limitavam sua atuação.
  • Inspiração Iluminista: Muitos burgueses eram influenciados por ideias do Iluminismo, que pregava liberdade econômica, igualdade perante a lei e fim dos privilégios aristocráticos.

A revolução representou uma oportunidade para a burguesia acabar com as barreiras feudais e conquistar espaço na política.

Insatisfação dos Camponeses 

Embora os camponeses formavam a maior parte da população francesa, viviam em condições de pobreza e  exploração:

  • Altos impostos e tributos: Pagavam taxas ao rei, à nobreza e ao clero, incluindo a taille (imposto sobre a terra), o dízimo (para a Igreja) e a corveia (trabalho obrigatório para senhores feudais e o Estado).
  • Fome e carestia: A crise agrícola de 1787-1789 piorou a situação, com colheitas ruins e aumento do preço dos alimentos. O pão, alimento básico da população, tornou-se inacessível para muitos.
  • Abusos: Nobres mantinham direitos feudais que obrigavam os camponeses a pagar taxas para usar moinhos, fornos e pontes, além de obrigações militares.

Em 1789, com o aumento da fome e a incerteza política, diversas revoltas incitadas pelos camponeses aconteceram pelo interior da França. Muitos camponeses atacaram castelos, queimaram registros de impostos e tomaram terras dos senhores feudais, um fenômeno conhecido como o Grande Medo (La Grande Peur).

A Revolta Urbana

Nas cidades, a insatisfação era igualmente grande, especialmente entre os sans-culottes, trabalhadores urbanos que sofriam com:

  • Desemprego: O fechamento de fábricas e oficinas devido à crise econômica levou milhares de trabalhadores à miséria.
  • Altos preços dos alimentos: A inflação e a escassez de trigo tornaram impossível comprar comida suficiente.
  • Repressão política: Protestos e reivindicações eram frequentemente esmagados pela polícia real.

O desespero e a fome levaram os sans-culottes a assumirem um papel central na Revolução Francesa. Eles participaram ativamente da Tomada da Bastilha (14 de julho de 1789), da Marcha das Mulheres sobre Versalhes (outubro de 1789) e, posteriormente, da radicalização do movimento revolucionário.

As Mulheres na Revolução

As mulheres também desempenharam um importante papel na Revolução Francesa. Sofriam com a fome, a opressão social e a falta de direitos políticos e jurídicos. Suas principais participações foram:

  • Marcha sobre Versalhes (1789): Marcharam até o palácio real exigindo pão e forçando Luís XVI a se mudar para Paris.
  • Atuação nos clubes políticos: Mulheres participaram de debates e exigiam maior participação política, como a escritora Olympe de Gouges, autora da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791).
  • Revoltas contra o aumento dos preços dos alimentos: Frequentemente lideraram manifestações populares contra a carestia.

Apesar de sua atuação ativa, as mulheres continuaram sendo excluídas da maioria dos direitos políticos após a revolução.

Causas Políticas da Revolução Francesa

causas da Revolução Francesa
Eugène Delacroix: Liberty Leading the People

As causas da Revolução Francesa não se limitam apenas nas crises econômicas e sociais, mas também de um sistema político falido que sustentava privilégios da nobreza e do clero, excluindo a maioria da população da participação política. 

A monarquia absolutista, simbolizada pelo reinado de Luís XVI, estava em colapso diante de um crescente descontentamento popular e da pressão por reformas. A falta de representação do Terceiro Estado, o esgotamento do modelo absolutista e a influência dos ideais iluministas criaram as condições para o levante revolucionário de 1789.

A Concentração de Poder na Monarquia

Como já vimos neste artigo, desde o século XVII, a França era governada sob um regime absolutista, no qual o rei detinha poder quase ilimitado. 

Esse modelo de governo foi consolidado por Luís XIV, estabelecendo um governo centralizado.

Sob o governo de Luís XVI (1774-1792), a monarquia teve de lidar com as crises econômicas e sociais que assolavam o país. Alguns problemas que estavam presentes no absolutismo e que contribuíram para a Revolução Francesa são:

  • Poder absoluto: Todas as decisões eram tomadas pelo monarca sem consultar a população ou tinha representatividade dos diferentes grupos sociais.
  • Falta de um parlamento funcional: Os Estados Gerais, a única assembleia representativa do reino, não eram convocados desde 1614, privando a população de participação política.
  • Corrupção: Cargos públicos eram vendidos para altos funcionários do governo, que usavam suas posições para enriquecer, enquanto a população comum sustentava o sistema com impostos abusivos.

O modelo absolutista tornou-se insustentável diante da crise financeira e da pressão da burguesia.

O Papel dos Estados Gerais 

Os Estados Gerais eram uma assembleia que reunia representantes dos três estados da sociedade francesa (clero, nobreza e Terceiro Estado) para discutir e aprovar políticas governamentais. Contudo, desde 1614, a monarquia havia governado sem convocá-los.

Diante da crise financeira, Luís XVI foi obrigado a convocar os Estados Gerais em 1789, esperando que aprovassem novos impostos para aliviar a dívida do Estado. 

No entanto, o Terceiro Estado, que representava 98% da população, tinha o mesmo peso de voto que os outros dois estados privilegiados. Isso resultava em uma votação sempre desfavorável para os interesses populares.

A estrutura dos Estados Gerais gerou enorme indignação e levou os representantes do Terceiro Estado a se rebelarem, proclamando a Assembleia Nacional Constituinte (17 de junho de 1789), mais um passo para a Revolução Francesa.

Crise da Legitimidade  da Monarquia 

O rei Luís XVI era considerado um monarca fraco e indeciso. Diante da crise econômica e social, ele falhou em implementar reformas eficazes e perdeu credibilidade. Alguns de seus erros políticos mais graves incluem:

  • Falta de resposta às demandas da burguesia e do Terceiro Estado: Ao invés de promover reformas políticas, tentou manter os privilégios da alta sociedade.
  • Apoio à guerra de independência dos EUA (1776-1783): O apoio francês à guerra contra a Inglaterra gerou enormes dívidas, sem trazer benefícios diretos à população francesa.
  • Tentativa de fuga (1791): Luís XVI e sua família tentaram fugir da França, mas foram capturados. Isso destruiu sua imagem como líder e acelerou o processo da revolução.

A crescente insatisfação popular levou à queda da monarquia em 1792, com Luís XVI sendo julgado e sentenciado à morte por guilhotina em 1793.

A Influência do Iluminismo na Revolução Francesa

influência do Iluminismo na Revolução Francesa
Adolph von Menzel: King Frederick II’s Roundtable at Sanssouci (Third from the left, in the purple coat, is Voltaire; next to him in the red uniform Christoph Ludwig von Stille, then the king).

A Revolução Francesa foi profundamente influenciada pelos ideais iluministas, que contestavam o absolutismo, defendiam os direitos naturais do homem e propunham novas formas de organização política. 

O Iluminismo forneceu a base intelectual para a Revolução, inspirando tanto a burguesia quanto os revolucionários a lutarem por liberdade, igualdade e soberania popular.

Os pensadores iluministas criticavam as desigualdades do regime monárquico e ajudaram a construir  os princípios que guiaram a Revolução. Suas ideias foram fundamentais para o fim do absolutismo, a reformulação das estruturas sociais e a construção de um governo baseado na participação popular.

A Crítica ao Absolutismo

Vimos que, desde o século XVII, a França era governada por monarcas absolutistas que concentravam todo o poder em suas mãos. Essa estrutura foi fortemente criticada pelos filósofos iluministas, que defendiam a separação dos poderes e o direito do povo de participar no governo.

Montesquieu e a Separação dos Poderes

Em sua obra O Espírito das Leis (1748), Montesquieu argumentou que a concentração de poder na figura do rei levava ao despotismo e à corrupção. Ele propôs a divisão do governo em três poderes:

  • Executivo – Responsável pela administração do Estado.
  • Legislativo – Responsável pela criação das leis.
  • Judiciário – Responsável pela aplicação das leis.

Essas ideias influenciaram não apenas a Constituição de 1791, como as demais constituições dos Estados Democráticos de Direito, como a constituição brasileira.

O pensador, Jean-Jacques Rousseau, foi um dos principais filósofos que inspiraram os revolucionários franceses. Em O Contrato Social (1762), ele defendia que o poder deveria emanar do povo, e não de um monarca ou de uma elite aristocrática. 

O seu conceito de vontade geral sugeria que as decisões políticas deveriam refletir os interesses coletivos da sociedade.

Seus ideais foram fundamentais para o fim do absolutismo e para a criação da República Francesa em 1792, baseada no princípio da soberania popular.

A Defesa dos Direitos Naturais do Homem

Os iluministas também contestaram os privilégios da nobreza e do clero, defendendo a igualdade jurídica entre todos. Esses princípios foram essenciais para a elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789).

O filósofo inglês John Locke defendia que todos os indivíduos tinham direitos naturais inalienáveis, como:

  • Direito à vida
  • Direito à liberdade
  • Direito à propriedade

Segundo Locke, o governo deveria proteger esses direitos e poderia ser derrubado caso os desrespeitasse. Essas ideias foram adotadas pelos revolucionários franceses.

Os iluministas forneceram não apenas os argumentos filosóficos, mas também a justificativa moral para a derrubada do Antigo Regime e a construção de uma nova ordem política baseada na liberdade e na igualdade.

Os fatores iluministas mencionados anteriormente tiveram um papel fundamental, porque forneceram a base intelectual e filosófica para a contestação do Antigo Regime. 

As ideias sobre soberania popular, igualdade de direitos, separação de poderes e liberdade individual inspiraram diretamente as ações dos revolucionários e legitimaram sua luta contra o absolutismo e os privilégios aristocráticos.

Aqui estão a introdução e a conclusão do artigo sobre as causas da Revolução Francesa, seguindo a estrutura e os tópicos desenvolvidos no texto.

Podemos considerar como causas Revolução Francesa uma combinação de crises sociais, políticas e econômicas. A sociedade rigidamente dividida em estados privilegiados e uma população explorada gerou um ambiente de insatisfação. 

O colapso financeiro do Estado, os altos impostos sobre o Terceiro Estado e a crise agrícola foram fatores decisivos para o levante popular.

Além disso, a monarquia absolutista e a falta de participação política aprofundaram o descontentamento da população..

Outro fator foi a influência do Iluminismo, que forneceu as bases filosóficas para a contestação. Ideais como liberdade, igualdade e soberania popular inspiraram os revolucionários a lutar contra os privilégios da nobreza e do clero.

A Revolução Francesa não apenas transformou a França, mas também influenciou o mundo, dando origem a movimentos democráticos e reforçando a luta por direitos. Sendo um marco na história das revoluções sociais e políticas.

Agora queremos saber sua opinião, o que mais te chamou atenção nas causas da Revolução Francesa? Comente abaixo, compartilhe este artigo e continue explorando mais conteúdos sobre história!

Referências
  • HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções: 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 2017.
  • POPKIN, Jeremy D. A Revolução Francesa, 1789-1799. São Paulo: Editora Contexto, 2019.
  • DOYLE, William. The Oxford History of the French Revolution. Oxford: Oxford University Press, 2018.
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Leitura Recomendada

A Revolução Francesa 1789-1799

Michel Vovelle – Editora Unesp (2019)

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